Os preços no Brasil têm assustado os consumidores e chamado a atenção no mundo todo. Recentemente, o jornal americano The New York Times ironizou o valor da pizza de muçarela, que chega a custar R$ 60. Também causou polêmica o videogame vendido a R$ 4 mil, um recorde mundial. Custo-Brasil, carga tributária, infraestrutura deficiente, monopólio, falta de concorrência, protecionismo e câmbio valorizado pesam no bolso dos brasileiros. E as estimativas de inflação para este e o próximo anos já se aproximam de 6%. Para o professor de Economia da USP e pesquisador da Fipe Juarez Rizzieri, a oferta e a demanda determinam o preço. “Se o consumidor está pagando, é porque ele acha que vale”, afirma.
Segundo o professor de Economia da PUC-SP Antônio Corrêa Lacerda, há uma camada da população que está sempre disposta a validar o aumento dos preços. “Você frequentar um restaurante caríssimo, cujo preço é muitas vezes o valor daquela mercadoria e o custo, ou um determinado local da moda, é visto ainda como um símbolo de status”, avalia. Rizzieri discorda. “O consumidor é mais ou menos equivalente. Ele está disposto a pagar porque acha que vale, independentemente da sua renda. Tem pessoas mais pobres dispostas a pagar mais caro para certos produtos do que indivíduo de renda mais alta”, aponta o pesquisador.
Para que os preços caiam, Rizzieri sugere um esforço para reduzir a carga tributária e grandes investimentos em infraestrutura. “A curto prazo, o mais razoável seria concentrar na infraestrutura, porque o governo tem um volume de gastos que não vai suportar uma redução dramática de receita”, destaca. Na visão de Lacerda, a ampliação da oferta pode ser uma solução. “Precisamos ampliar a capacidade de oferta da economia de uma forma geral, tanto da infraestrutura quanto da capacidade de ofertar produtos industrializados a preços competitivos”, diz.
Fonte: Globo News