Problemas com telefonia móvel lideram o ranking de reclamações no Procon-SP.
A falta de sinal por causa da chamada "área de sombra" ainda é comum nos serviços oferecidos por empresas de telefonia móvel no País. Mas, na hora de fechar o contrato, o cliente muitas vezes não é informado ou não dá importância a esse fato. O serviço de telefonia liderou o ranking de reclamações da Fundação Procon-SP no primeiro semestre de 2013, com 39.520 registros - ou com 31% das queixas.
Estudo sobre conexões 3G realizado por técnicos da Proteste Associação de Consumidores em 16 Estados brasileiros constatou que, na maioria das estradas, o sinal foi fraco ou inexistente. "Sinal bom, mesmo, só nos grandes centros urbanos", diz a coordenadora institucional do órgão, Maria Inês Dolci. Apesar dessa constatação, muitos leitores continuam com esse problema na capital paulista. O celular da Vivo da advogada Célia Akerman, de 52 anos, por exemplo, não funciona no bairro Santa Cecília, onde ela trabalha.
"A Vivo primeiro respondeu que até dezembro de 2012 o problema seria solucionado. Depois eu soube que, para isso, seria necessária a instalação de antena na região." Para Maria Inês, a leitora já esperou demais para agir. "Ela deve pedir desconto pela falta de prestação do serviço." Para isso, precisa protocolar todas as vezes em que falar com a operadora. E pode ainda usar a portabilidade buscando uma outra empresa que a atenda melhor, explica. "Ela não deve deixar de reclamar nos órgãos de Defesa do Consumidor e na Anatel, pois eles têm de ter esses dados para poder exigir a melhoria do serviço."
O leitor Paulo Tasso relata que não consegue fazer ligações de seu celular TIM, principalmente da casa dele, no bairro do Cambuci. A empresa respondeu que analisa o problema, mas não deu prazo para solução. O professor de Relações de Consumo da FGV-Direito Rio Fábio Soares diz que ele deve pedir o dinheiro de volta pelo serviço que foi prometido e não foi cumprido, reclamar na Anatel e, se não tiver solução, procurar a Justiça.
Mudança. A relações-públicas Suzana Mariutti, de 33 anos, ouviu da atendente da Claro que nenhuma operadora de telefonia garante sinal dentro de ambientes fechados. Como seu celular não tem sinal nem nos bairros vizinhos ao seu, decidiu mudar de operadora, após 14 anos. "É um absurdo implorar para ter o serviço disponível." Maria Inês orienta a consumidora a calcular o período em que ficou sem o serviço para solicitar o ressarcimento do valor já pago. (Jerusa Rodrigues)
Fonte: O Estado de S. Paulo